domingo, 8 de novembro de 2009

DALTON DI FRANCO, O CRIADOR DE PROGRAMAS POLICIAIS NO RÁDIO E NA TELEVISÃO EM RONDÔNIA




O jornalista e radialista Dalton Di Franco que completou no dia 13 de setembro de 2008 trinta anos de atividades na imprensa rondoniense, é considerado o criador de programas policiais no rádio e televisão em Rondônia. “Antes a rádio Caiari e a extinta rádio Eldorado (hoje RBN) apresentavam apenas reportagens dentro de seus programas”, recorda Dalton Di Franco que também foi pioneiro em reportagens policiais na rádio Eldorado e, depois, na rádio Caiari, sob a direção do saudoso Luiz Rivóiro, produziu e apresentou o que foi o primeiro programa policial do rádio, “O Crime Não Compensa”, uma novidade na comunicação local, pelo timbre de voz do apresentador e pela maneira como os fatos policiais eram apresentados. Depois de Dalton Di Franco vieram outros repórteres e apresentadores de programas policiais, alguns deles, com passagem pelo próprio programa, como é o caso de Augusto José, hoje um concorrente. Com o nome construído por seu trabalho combativo, polêmico e corajoso, mas sempre comprometido com o povo, Dalton Di Franco conseguiu se eleger para dois cargos políticos: vereador, em 1988, na Capital, e deputado estadual, em 1990. Às vésperas das eleições de 2010, seu nome aparece bem colocado nas pesquisas para deputado estadual, deputado federal e senador. Por conta disso, já recebeu até convite para ser vice-governador na chapa de um conhecido candidato. “Ainda é cedo para decidir”, disse Dalton Di Franco, em outubro deste ano. A seguir você vai conhecer um pouco da história de vida desse profissional de sucesso chamado Dalton Di Franco.

O PRIMEIRO PROGRAMA

Conforme você já leu, O Crime Não Compensa foi o primeiro programa policial de rádio de Rondônia. Ele abriu o caminho para o que é hoje no rádio e na televisão, uma verdadeira febre de programas desse naipe. Sabe também que Dalton Di Franco é o precursor, o pioneiro, portanto em programas policiais em Rondônia. Ele pode ser chamado de pai desses programas.

Agora você vai saber como foi o nascimento de O Crime Não Compensa. O programa foi criado na época em que o diretor da rádio Caiari era o radialista Luiz Rivóiro. Ele autorizou Dalton a elaborar o piloto do programa. “Fiquei atônito: Piloto? O que é isso? Sai pensando”. Corajoso, ele perguntou a um colega. “O Júlio Junior informou-me que era o programa que vinha do número 1, no caso o zero”, relembra Dalton Di Franco hoje aos risos.

Dalton Di Franco recorda que foi para casa (ele morava com os pais no bairro Nova Porto Velho) e ficou praticamente a noite toda acordado, escrevendo o programa. A inspiração saiu de uma página da revista Tex que ele fazia coleção. Havia um classificado informando as vantagens de uma pessoa se tornar detetive. O anuncio dizia que o detetive sabia ver onde alguém jamais não conseguia enxergar. De fato, eu naquele momento estava vendo algo que ninguém jamais conseguiria até então ver: um programa policial no rádio.

“Escrevi tudo. No dia seguinte apresentei o resultado”, recorda. Rivoiro aprovou tudo, apenas acrescendo ao nome rádio Caiari, o slogan da época “a rádio de todos os tempos”. O próprio Rivóiro gravou as vinhetas do programa, com seu vozeirão: "Agora pela rádio Caiari, alerta geral, rádio ligados". Era assim que o programa começava.

“Na primeira vez que usei a voz rouca, um sábado (o programa seria levado ao ar pela primeira vez na segunda-feira) o sonoplasta do programa criou o maior caso. Parou de gravar, chamou-me de doído, ficou discutindo aos berros. Chamei o Rivóiro: chefe, o Abelardo está atacado e não quer gravar mais”. O diretor saiu de sua sala e caminhou até o setor de gravação. Calmo, pediu para Abelardo mostrar a gravação. Ouviu calado e ao final ordenou que a produção prosseguisse. "Isso vai ser o maior sucesso", disse eufórico saindo do estúdio. De fato, aquilo era inédito em Rondônia. Ali, em 1981, nascia (o primeiro e) um dos programas de maior audiência de Rondônia: O Crime Não Compensa. O pioneiro.

Na grade da rádio Caiari, o programa, teria apenas 30 minutos. Em um mês passou para 45 minutos e depois para uma hora de duração pelo sucesso de audiência e faturamento comercial. O programa abordava os fatos policiais de uma maneira que ninguém em Rondônia jamais tinha ouvido antes. Dalton usava falsete de voz, parecendo um pato rouco. "Entrei na onda de sucesso dos radialistas contratados em São Paulo como Júlio Júnior, Volney Alonso, Vanderley Mariano, Oneide Aparecida e o próprio Luiz Rivóiro".

Na época, Dalton Di Franco tinha apenas 18 anos de idade e fazia tudo sozinho, de bicicleta. Ele percorria as delegacias de madrugada, coletando as informações e depois, já às 9h da manhã começava a escrever e a editar as entrevistas. O programa era sempre ao vivo.

A primeira matéria levada ao ar no programa de estréia de O Crime Não Compensa abordou o caso de um genro do falecido vereador João Bento que praticou uma carnificina na casa do político, na rua Campos Sales, no bairro Areal. Foi o que se pode chamar de tragédia familiar.

CASO GUEDES

Outro caso alvo de muitas reportagens no programa foi o do radialista José Wilton Pereira Guedes, desaparecido a 3 de junho de 1975. Na época do desaparecimento, Wilton Guedes, que era cearense, namorava uma mulher casada, filha de um influente comerciante da Capital. O caso era de assustar. Um delegado que assumiu a presidência do inquérito prometendo apurar tudo, desistiu 24 horas depois, sem explicar o motivo porque estava abandonando as investigações.

O programa O Crime Não Compensa tornou o caso de domínio público, conseguindo influenciar a Polícia a investigar o que teria acontecido com o radialista. Dois delegados tiveram papel importante nas investigações. Um deles foi o delegado Waldir Olensky, hoje aposentado, e o conhecido Walderedo Paiva, o Mão de Onça.

Pelo que restou apurado no inquérito, Wilton Guedes foi levado por um companheiro de trabalho até as imediações de uma casa noturna, no centro de Porto Velho, onde os criminosos estariam esperando por ele. Colocado no carro tipo furgão de um supermercado teria sido levado para uma fazenda, na BR-364. Lá foi morto a facadas, tendo, inclusive, sido degolado.

O promotor Getúlio Nicolau Santori, que atuava no caso na época, afirmou na denúncia que apresentada à Justiça que os assassinos colocaram o corpo do radialista em um saco e o esconderam na câmara frigorífica de um supermercado. Três dias depois o corpo foi enterrado numa fazenda. Para evitar pistas, os criminosos despejaram soda cáustica para destruir a prova material do crime. Com isso, o corpo jamais foi encontrado. O delegado Valdir Olensky chegou a indiciar cinco suspeitos. O processo tramitou na Justiça de Rondônia até 1995. Foi arquivado por falta da prova material: o corpo jamais foi encontrado. Com isso, os autores escaparam impunes, mas pagaram caro. O influente comerciante, por exemplo, faliu e acabou moribundo. Morreu na miséria.

O crime teria sido praticado a mando de familiares da namorada do radialista. Eles agiram para se vingar do romance. No dia em que foi morto, Guedes tinha sido demitido da empresa de propriedade de um dos acusados.

O saudoso advogado Marcos Soares, morto em dezembro de 2007, teve papel destacado, atuando como assistente de acusação. Ele era assessor jurídico do programa.

O nome do radialista Wilton Guedes foi dado à sala de imprensa do quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em 1987. Na época, a corporação era comandada pelo coronel Garcia, hoje aposentado. A sugestão foi dada por Dalton Di Franco. A sala hoje não funciona mais.

MONSTRO DA BENGALA

Um caso de repercussão da época foi o Monstro da Bengala, um homem que era deficiente físico e que matou a mãe, na rua Paulo Leal, com a bengala. Ele fugiu do flagrante e dias depois invadiu os estúdios da Rádio Caiari para matar Dalton Di Franco. Foi contido por funcionários e antes da chegada da Polícia, fugiu.

UM INOCENTE ATRÁS DAS GRADES

Foi um caso emocionante que se tornou uma novela no programa O Crime Não Compensa: um professor foi preso acusado de estuprar a enteada. Ele chegou a ser torturado para confessar o crime que não havia praticado. O autor era um vizinho e padrinho da adolescente.
O programa descobriu a injustiça e conseguiu influenciar a Justiça a fazer a revisão criminal do processo. O professor deixou a cadeia, algum tempo depois, combalido pela violência do Estado e do sistema prisional que pune com verdadeira barbárie os acusados de crimes sexuais. No caso dele, uma injustiça. Pagava por um crime que não havia praticado.

O COMEÇO DE TUDO

A trajetória de comunicador do jovem Dalton Di Franco iniciou quando ele foi apresentado, em 1978, ao então diretor da extinta rádio Eldorado, o baiano Ivan Gonzaga. Apesar de ser jovem, ele já naquela época demonstrava versatilidade no que fazia.

Nascido no Seringal Recreio, na Vila de Ariquemes, no dia 2 de dezembro, Dalton na verdade começou a trabalhar na imprensa aos 10 anos de idade. Ele varria a redação do extinto O Combate, do falecido jornalista Inácio Mendes, cuja redação funcionava na rua Duque de Caxias, próximo à igreja de São Cristóvão. Seu salário eram dez jornais por semana. "Quando eu conseguia vender os dez exemplares era uma maravilha", recorda.

Depois de ficar um tempo no jornal, Dalton fez bico vendendo banana na rua, lavando carro e engraxando sapatos nas praças Jonathas Pedrosa e Marechal Rondon. Sempre na parte da tarde vendia picolé na porta dos colégios John Kennedy e Murilo Braga. Foi assim o inicio da labuta desse profissional nascido na época em que Rondônia era Território Federal e formado por apenas dois municípios: Porto Velho, que abrangia desde a Capital a Vilhena, e Guajará-Mirim, que abrangia todo o Vale do Guaporé. Como Ariquemes era distrito de Porto Velho, Dalton é portovelhense, portanto.

No ano de 1972, Dalton conseguiu o seu primeiro emprego de carteira assinada, com salário fixo, no Posto de Molas Paraibana. Seu cargo: oficce-boy. Ele recorda que o dono, José Gonçalves, não o tinha como empregado, mas como um filho. "Em um ano de trabalho, foi promovido a auxiliar de escritório e depois a caixa", relembra citando o nome de Daniel Nascimento, na época o maior incentivador de sua carreira. Daniel era o encarregado do escritório e é hoje importante líder evangélico da Assembléia de Deus.

Mas foi no ano de 1978, que Dalton ingressou com afinco na imprensa. Ele foi apresentado a Ivan Gonzaga pelo radialista Zinaldo Fernandes. Na época Zinaldo lecionava no Colégio Rio Branco e Dalton era seu aluno. Hoje Zinaldo é inspetor aposentado da Polícia Rodoviária Federal.

"A rádio Eldorado estava funcionando em fase experimental e o Zinaldo era locutor-noticiarista", recorda Dalton. "Eu tinha vontade de trabalhar em rádio e perguntei a ele o que era necessário para ser radialista. Zinaldo respondeu-me que era preciso apenas ter boa leitura".
Depois de ser apresentado a Ivan, Dalton recorda que levou um chá-de-cadeira de várias semanas. "O Ivan só faltava pisar no meu pé, mas fazia que não me via sentado na ante-sala de seu gabinete, na rádio". Certo dia ele o atacou de surpresa. "Vá à delegacia e faça uma reportagem por telefone", ordenou Ivan.

O prédio do 1º DP, no Cai-N´água, foi à delegacia escolhida. Depois de conversar com o comissário de nome Raimundo, até convencê-lo de que era “repórter”, Dalton ligou para a rádio e fez a reportagem. "Eu tremia mais do que vara verde no meio do temporal", diz recordando a experiência com o microfone.

Aprovado com restrição – “tem que melhorar, e muito”, segundo Ivan Gonzaga - Dalton começou a trabalhar na rádio. Inicialmente como repórter de pista nas transmissões esportivas. Na época, usava o nome artístico de Rômulo Araújo e atuava ao lado de Bosco Gouveia, Carlos Terceiro, Nonato Neves, Herculano Brito, entre outros.

Além da área esportiva, Dalton fazia reportagens de polícia para o Grande Jornal Eldorado, apresentado por Waldemar Camata, recém-chegado do Paraná, e Silva Queiroz. Camata usava naquela época o nome artístico de Ingo Salvatorre.

DOENÇA

Por volta de 1979, Dalton estava super-atarefado. Ele tinha que se desdobrar em três para dar conta do recado: do estudo, do trabalho na rádio e das funções de subgerente de crédito e cobrança de uma loja de móveis, a Servilar (CEBESA S/A), na Carlos Gomes, onde hoje está estabelecida a Utilar. O gerente do setor era Antero Ferreira.

Com tantas ocupações e sem tempo para descansar, Dalton sofreu um derrame. Ficou seis dias em coma no extinto Hospital Orlando Marques, que funcionava numa área que fica em frente à hoje Policlínica da PM. Transferido de avião para Manaus, ficou outros onze dias inconsciente, no Hospital Beneficência Portuguesa.

Dalton recorda que todo o tratamento foi custeado pela empresa de móveis, que tinha como diretor administrativo o petista Odair Cordeiro, que já foi chefe de gabinete da Prefeitura de Porto Velho. "Eu considero muito o Odair. Ele fez muito por mim e por meus pais", afirma.

É dessa época o episódio que Dalton não viu, por estar em coma, mas que ele soube por relato de terceiros, e não esquece. "Eu estava dentro da ambulância que me levava para o aeroporto. Na esquina da rua Campos Sales com a avenida Carlos Gomes, um táxi bateu a ambulância. Só eu, minha mãe e meu acompanhante, o colega Paulo Vieira, escapamos. O motorista e os enfermeiros voltaram para o hospital, ensangüentados, alguns com ferimentos graves".

Seguindo para o aeroporto na carroceria de uma caminhonete, Dalton foi embarcado no avião. No mesmo vôo embarcou um soldado do Exército, com o mesmo problema, porém menos grave que Dalton. Na chegada à Beneficência Portuguesa, o militar morreu. Dalton sobreviveu.

Depois de um mês de tratamento em Manaus, Dalton recebeu alta. "Os médicos recomendaram aos meus pais, por telefone, que tivessem cuidado comigo, pois eu não sobreviveria ao próximo ataque da doença”. Era a morte anunciada.

SONHO

Certa noite, ainda no hospital, Dalton teve um sonho. "Eu me via em um local alto e rodeado de muitas pessoas quando de repente uma voz vinda do céu falou comigo: Eu tirei e ti devolvi a vida. Agora tu serás minha testemunha de que eu tenho poder". Essa voz, segundo Dalton, era de Deus mesmo.

Poucos dias depois ele recebeu alta. Funcionários do hospital que presenciaram sua chegada ficaram abismados com sua melhora. "Estar saindo do hospital com vida era mesmo um milagre de Deus", comemora hoje Dalton.

Voltando a Porto Velho, Dalton ficou recebendo pelo INAMPS, hoje INSS, por vários meses. "Por causa disso, meus inimigos políticos chegaram a divulgar que era aposentado como doído”.

Dalton conta que chegou a procurar o órgão previdenciário quando viu, reservadamente, vários ofícios solicitando informações sobre a tal aposentadoria. “Para resguardar meu nome, pedi uma certidão que atesta que jamais fui aposentado. Mas hoje tenho esse direito, mas por tempo de serviço, uma vez que comecei a trabalhar aos 12 anos de idade, muito cedo, portanto".

MUDANÇA

Desgostoso com o diretor da rádio Eldorado, de nome Paulo Martins, que não lhe deu nenhuma assistência durante a doença, Dalton pediu demissão. O dono da empresa, Mário Calixto Filho ainda insistiu para que permanecesse afastado o que tempo que fosse necessário, mas Dalton preferiu sair sem contar o motivo.

Por coincidência do destino, Dalton voltou a se encontrar com Ivan Gonzaga, anos depois. Naquela época, Gonzaga dirigia a rádio Caiari. "Eu não aguento mais ficar em casa sem fazer nada. Quero trabalhar", implorou a Ivan.

O NOME

Foi a partir desse encontro que ele passou de Rômulo Araújo para Dalton Di Franco. "O Ivan disse que me daria o emprego, mas eu que teria de usar um nome artístico, porque ele não queria ter problemas pelo fato de eu estar recebendo pelo INAMPS”.

Depois de escolher três nomes - Paulo Ronaldo, Ricardo Franco e Dalton Di Franco - passou a fazer uma rigorosa pesquisa e acabou descobrindo que o primeiro nome era de um radialista em Belém e que Ricardo Franco era um dos desbravadores de Rondônia e que hoje é denominação de uma localidade no cone Sul do Estado.

Por eliminação, ficou com o pseudônimo de Dalton Di Franco, hoje incorporado à sua identidade. “Meu nome parece o de D. Pedro, longo demais: Enéas Rômulo Dalton Di Franco de Araújo. Meu pai estivesse vivo, teria estranhado eu ter mudado o nome que ele me deu”, brinca. Ivan Gonzaga aprovou o nome artístico e deu a Dalton Di Franco o emprego de repórter.

ESTADO

Com a nomeação do coronel Jorge Teixeira de Oliveira para governar o Território Federal de Rondônia, as coisas começaram a mudar em Porto Velho. A rádio Caiari, por exemplo, foi arrendada por um grupo de Manaus. A primeira providência da nova direção foi despedir os funcionários antigos. "Eu era o único que não tinha carteira assinada e fiquei com o coração prestes a sair pela boca, já que era candidato natural a ficar desempregado", relembra. "Milagrosamente fui o único que permaneci. Era outro milagre de Deus, depois de sobreviver ao derrame e ao acidente". O administrador João Dario era o gerente na época e manteve Dalton no quadro da emissora.

Pouco dias depois chegou o pessoal de São Paulo, contratado para dirigir a rádio. O falecido radialista Luiz Rivóiro, que era de Marília, assumiu como diretor-geral. Ele gostou daquele rapaz franzino, como Dalton era naquela época. "Ele me perguntou o que eu gostaria de fazer dentro da nova programação da rádio. Não perdi tempo. Pedi um horário para fazer um programa policial".

Além de produzir e apresentar o programa O Crime Não Compensa, levado ao ar de segunda à sexta-feira, às 13h30, Dalton fazia reportagens policiais para o Jornal de Integração, transmitido para todo o Estado, às 7h da manhã, em cadeia com outras emissoras.

ADOTADO

Dalton afirma que foi um filho adotado por Rivóiro. "Ele sempre segurava as brigas que eu arranjava com o programa". Também era seu maior incentivador profissional. "A gente passava horas conversando. Ele me dava muitas dicas. Entre outras coisas, aconselhava-me que melhorasse a cada dia, pois eu tinha um potencial muito grande".
Em 1984, já conhecido, Dalton Di Franco recebeu o convite para se retornar à rádio Eldorado. Lourival Neves, um radialista que tinha vindo do Paraná para dirigir a emissora de Mário Calixto, o chamou com uma proposta tentadora: um salário que era três vezes maior ao que Dalton recebia na Caiari.

"Como um bom filho fui falar com o Rivóiro. Ele me disse que não tinha como cobrir a proposta e consentiu com a minha saída, prometendo um dia me buscar. Dia 2 de abril de 1984 Dalton voltou aos microfones da rádio Caiari, não mais como Rômulo Araújo, mas como Dalton Di Franco.

Inicialmente o programa ia ao ar com uma hora de duração, a partir das 13h. Com o passar do tempo, Dalton assumiu o horário das 12 às 14h. Para dar conta do serviço, montou uma grande equipe de repórteres e aperfeiçoou a estrutura do programa. Era preciso conteúdo para liderar a audiência.

Com a mudança de emissora, Dalton Di Franco passou a usar o slogan "A Voz do Povo contra o Crime", abordando tudo: notícias policiais, informações sobre hospitais, estradas, pronto socorro, banco de sangue, aeroporto e, naturalmente, as queixas e as reclamações do povo.

"Eu não ficava só nos casos de Polícia. Atacava também os problemas cruciais que afligiam a sociedade", recorda Dalton. Ele também fazia campanhas beneficentes para ajudar os necessitados.

Durante oito anos, Dalton Di Franco realizou o Natal das Crianças, no Orfanato Belisário Pena, e a festa do Dia das Mães, na Comunidade Jaime Aben-Athar.

Investigativo, Dalton ajudou a Polícia a esclarecer diversos crimes, alguns deles de repercussão.

A EQUIPE

A equipe de repórteres do Programa Dalton Di Franco era numerosa. Por lá passaram Águia Azul, Ataíde Santos, Carlos Terceiro, Jota Cabral (pseudônimo do hoje juiz de Direito no Acre, Cloves Augusto), Nonato Cruz, Chico Lins, Áureo Ribeiro, Edvaldo Souza, Sônia de Paula, Égino Gomes, Roberto Souza, Jorge Santos, Augusto José e Ildefonso Valentin Rodrigues, entre outros.

O programa contava ainda com a assistência jurídica de advogados de renome como Gilberto Cavalcante, Marcos Soares e Lindolfo Santana Júnior.

Dalton ficou no ar com o programa até 22 de Dezembro de 1994. Ele diz que só deixou os microfones da rádio Eldorado porque A emissora foi vendida para a igreja Assembléia de Deus. "Como a proposta dos pastores era fazer uma programação eminentemente evangélica, eu e outros colegas fomos colocados em disponibilidade, demitidos, literalmente. Até hoje sou registrado como empregado da Eldorado. Ainda não me deram as contas".

Com muito talento, persistência e dedicação, Dalton Di Franco tornou-se um fenômeno de audiência no rádio rondoniense. Até agora nenhum radialista no Estado conseguiu superar sua marca. Ele ficou 15 anos ininterruptos no ar com um programa policial. Dalton é também o primeiro repórter policial do rádio em Rondônia. Depois dele vieram os outros.

POLÍTICA

No ano de 1986, Dalton já era tido como um forte candidato a deputado estadual, prefeito e vereador, mas preferiu ficar de fora do pleito. Apoiou Maurício Calixto. Só em 1988, atendendo apelos de seus ouvintes, decidiu disputar uma cadeira na Câmara Municipal de Porto Velho.

Dalton foi eleito pelo extinto PMB, Partido Municipalista Brasileiro, com 1.043 votos, a segunda maior votação da Capital.

Em 1990, ele saiu candidato a deputado estadual, pelo PTB de Olavo Pires. Foi o quarto deputado mais votado – o triplo da votação de vereador - do partido e o sexto do Estado.

Como vereador e depois como deputado estadual, Dalton Di Franco prestou relevantes serviços à comunidade. Foi sempre o mais apresentou proposituras no parlamento. É de sua autoria a criação da patrulha escolar (hoje sucateada), o colégio Joao Bento, a capelania militar, entre outros projetos.

Foi por causa da política que Dalton Di Franco deixou de ser pseudônimo. Em 1991, o advogado Lindolfo Santana Júnior pediu a averbação do nome à Justiça. Autorizada pelo juiz Gabriel Marques, a identidade do jornalista passou a ser Enéas Rômulo Dalton Di Franco de Araújo. "Um nome e tanto", brinca o dono.

JORNAL

Na imprensa escrita, Dalton começou a trabalhar de carteira assinada na extinta A Tribuna, também 1978. Ele recorda que levava as informações para o jornalista Jorcenês Martinez fazer a redação. “Eu era um foca (aprendiz)”. A Tribuna naquela época tinha em seus quadros jornalistas como Lúcio Albuquerque, Montezuma Cruz, Paulo Caldas, entre outros.

Depois Dalton foi para o extinto O Guaporé. Ali, foi um dos muitos que o "Homem do Chapéu" (Múcio Athayde) não pagou o salário. "Levamos uma chapéu dele, literalmente", ironiza.

Ainda pelas mãos de Luiz Rivóiro, Dalton foi levado de volta ao jornal A Tribuna que tinha outros profissionais de nome: Luiz Roberto, Cleuber Pereira, Sérgio Valente e muitos outros. Depois, Dalton foi contratado pelo Alto Madeira, onde trabalhou com Paulo Correa, Ciro Pinheiro e outros.

Dalton trabalhou ainda no jornal O Estadão de Rondônia, retornando à Tribuna, ficando até seu fechamento, em 1988.

Eleito vereador em 1988 e deputado estadual, em 1990, Dalton ficou afastado da redação de jornal. Voltou no dia 1º de março de 1995, contratado como editor de polícia do Alto Madeira.

Paralelamente, foi correspondente da rádio Alvorada, de Ji-Paraná, e do programa Chamada Geral, do radialista Ricardo Vilhegas, de Guajará-Mirim. Em 1998, Dalton transferiu-se para O Estadão do Norte, a convite do empresário Mário Calixto.

Nesse período assumiu como assessor de imprensa da extinta Superintendência de Justiça Defesa e Cidadania (SUJUDECI), no governo Waldir Raupp, e depois como assessor de comunicação social da Secretaria da Segurança, na época de Valderedo Paiva.

Deslocado para a Polícia Civil, ficou no cargo todo o mandato do governador José de Abreu Bianco. Voltou a assessorar a Secretaria da Segurança, Defesa e Cidadania, a 1º de janeiro de 2003, quando o deputado Paulo Moraes assumiu a pasta, no governo Ivo Cassol. Depois de um ano afastado por causa da política, Dalton Di Franco retornou em 2008 para a Sesdec, como assessor de imprensa.

Além da Secretaria da Segurança, Dalton já foi assessor de comunicação social da Uniron, Faculdade Interamericana de Porto Velho, e fez free-lance para diversos órgãos de imprensa do Estado e do Brasil. Uma de suas reportagens, para a revista Momento, foi inscrita no Prêmio Esso de Jornalismo, concorrendo com nomes de peso do jornalismo brasileiro.

No dia 4 de outubro de 2005, Dalton deixou O ESTADÃO DO NORTE e ingressou no DIÁRIO DA AMAZÔNIA como editor de Polícia a convite da família Gurgaz.

NA TELEVISÃO

Dalton iniciou suas atividades na televisão na extinta TV Nacional, em 1984. Naquela ocasião foi apresentado ao diretor da emissora, o publicitário Toca, pelo radialista Sérgio Melo. O Programa O Crime não Compensa ia ao ar diariamente às 18h30, ao vivo. Foi um sucesso durante quatro meses. Com a saída de Toca e a entrada de novo diretor, Dalton diz que foi "cassado". Havia uma deputada federal que era uma espécie de “dona” da TV, embora a emissora fosse uma estatal. Fui demitido porque ter noticiado que uma dondoca havia espancado a empregada com um tamanco. A dondoca era comadre da deputada e pediu minha cabeça.

No ano de 1992, Dalton ficou quase um ano na TV Meridional (Bandeirantes) com um programa que levava seu nome. Era apresentado às 18h.

Em 1997, Dalton trabalhou no programa Bronca Policial, na TV Allamanda (SBT), sem receber remuneração.

Em janeiro de 1998, pediu as “contas” para fazer o programa O Crime Não Compensa na TV Candelária, que era terceirizado. O produtor até hoje não me pagou. Condenado pela Justiça trabalhista ele alegou não que não tinha dinheiro nem bens a penhorar. “Ganhei, mas não levei”, lamenta.

Dalton ainda voltou a trabalhar na TV Allamanda, em 1999, desta vez de carteira assinada, mas ficou pouco tempo. Os donos da emissora resolveram acabar com o departamento de jornalismo.

Não demorou muito, Dalton Di Franco foi chamado para fazer reportagens policiais para a TV Norte (afiliada da Rede Record). Inicialmente para o jornal Bom Dia Cidade.

No ano de 2005, Dalton Di Franco foi contratado pela RedeTV! Rondônia – canal 17 – inicialmente para participar do programa Fala Rondônia com um quadro de noticias policiais, e depois, no dia 16 de maio do mesmo ano, passou a comandar o programa Plantão de Polícia.

O programa hoje é a maior audiência do horário no Estado e o maior faturamento da emissora da família Gurcacz, orgulha-se Sérgio Demomi, diretor-geral do SGC.

Com o Plantão de Polícia, Dalton Di Franco, por quatro anos consecutivos, tem sido eleito o melhor apresentador de TV do Estado, um feito inédito, mas comum na vida de um profissional de sucesso como ele é, afirma Fábia Demomi, diretora comercial da Redetv!.

O programa conta com uma equipe de repórteres, cinegrafistas e editores que cobrem todos os fatos policiais que ocorrem no Estado.

O Plantão de Polícia também presta serviços beneficentes à população. Ao longo desses quase cinco anos, já construiu e reformou mais de 25 casas para pessoas carentes, contando com doações de materiais de construção feitas pelos telespectadores. É a chamada rede da solidariedade.

SÃO PAULO

Dalton Di Franco ainda tornou-se correspondente da rádio Record, de São Paulo, fazendo reportagens para o jornal Fala Brasil, direto de Porto Velho, com os destaques do Estado de Rondônia. Ainda fez participações especiais no programa Cidade Alerta, da TV Gazeta, de Rio Branco (AC), comandado pelo jornalista Edvaldo Soares. Como se vê, o sucesso do nosso Dalton já ultrapassou as divisas de Rondônia. A seguir você vai descobrir o motivo.

MARKETING

Dalton Di Franco é um profissional corajoso, contundente, polemico, mas ousado e sempre conectado com as mudanças. Ao perceber as necessidades dos novos tempos ele, que até 1995 só tinha o primeiro grau, voltou a estudar. Fez o segundo grau e conseguiu realizar o sonho de seu pai: ingressou na faculdade.

Em agosto de 2005, Dalton concluiu o curso de Administração em Marketing, pela Uniron, Faculdade Interamericana de Porto Velho.

Como acadêmico ele participou de vários eventos culturais. É membro fundador do DCE, Diretório Central Acadêmico, e do jornal O Acadêmico, com o colega Fernão Leme.

Na faculdade tornou-se universitário um muito conhecido por sua desenvoltura e pelas palestras que fez, enfocando a importância do Marketing nas organizações. Com outros colegas, fundou também a Turma B, um grupo de acadêmicos que foi referência na Uniron.

Em setembro de 2005, Dalton foi convidado pelo presidente da Fundação Toledo Prado, Fernando Prado, para assumir a direção da Rádio Cultura Fm de Porto Velho (107,9). Ele deixou o cargo em setembro de 2007.

No ano de 2006, Dalton concluiu o curso de pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior pela UNINTES, mas ele quer mais. Pretende fazer mestrado em marketing e criar sua própria empresa de consultoria de Comunicação e Marketing.

Além de suas atividades na Redetv! no jornal Diário da Amazônia e na Sesdec, Dalton é professor nos cursos de Administração, Comunicação Social e Gestão Comercial, na UNIRON, desde o segundo semestre de 2006.

Mas, como já viu, ele não para. Atualmente Dalton Di Franco está no 4º período de Direito. Quando se formar ele pretende se especializar em direito penal.

Esse é o Dalton Di Franco: um profissional realmente de sucesso. Um homem temente a Deus. E de família. Ele é integrante de uma família de nove irmãos. Dalton é o mais velho. Seu pai, o falecido Rômulo de Melo, hoje é nome de rua no bairro Tancredo Neves. Ele faleceu no dia 9 de agosto de 1988, aos 82 anos de idade. Sua mãe é dona Nazaré Araújo.

Dalton é pai de Paula Andréia, Vanessa, Pamela, Rômulo Di Franco e Giovanna. Já tem netos: Júlia, Eduardo e Sara. É casado com a professora Maria Gracineide Rodrigues Costa, formada em História e pós-graduada em Gestão Escolar pela Unir.

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